Foi no fim da trágica tarde de 17 de Julho do ano passado, no aeroporto paulistano de Congonhas, que a aviação brasileira sofreu sua mais terrível tragédia.
Um Airbus A320 da TAM não conseguiu frear durante o pouso, totalizando 199 mortos ao chocar-se com o prédio da companhia, explodindo logo em seguida.
Além de muitas lágrimas de dor por parte dos familiares e das pessoas que se comovem, sobraram as investigações.
Na semana passada, foi concluído o laudo pericial do acidente, preparado pelo Instituto de Criminalística (IC), órgão ligado à polícia de São Paulo. O trabalho da perícia, que deverá ser apresentado nos próximos dias, confirma as informações contidas nas caixas-pretas do avião: o erro primordial foi cometido por um dos pilotos, que deixou o manete do lado direito em posição errada na hora do pouso (em posição de aceleração). Por causa disso, a turbina direita continuou acelerando durante a aterrissagem, enquanto a esquerda, sozinha, tentava frear a aeronave.
Os peritos descartaram a hipótese de que tenha havido aquapanagem.
O relatório do IC aponta ainda falhas administrativas cometidas pela ANAC, que deveria ter restringido pousos sob chuva, e pela Infraero, que liberou a pista do aeroporto sem que fosse feito o grooving. Segundo os investigadores, poderia ter instalado um alarme para alertar a aposição errada dos manetes, e da própria TAM, acusada de dar treinamento falho aos seus pilotos. Trata-se do primeiro relatório conclusivo sobre o caso. Certamente é doloroso para a família dos comandantes Lima e Di Sacco vê-los ser responsabilizados pelo erro. Os dois também estão entre as vítimas e não podem se defender. Mas a verdade é que os manetes não se movem sozinhos.
(Fonte:Revista Veja)
Adaptado por: Geovana García